Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Livro: A Bailarina de Auschwitz

   

Editora: Sextante

Páginas: 304

Lançamento: 2019

Gênero: autobiografia, histórico

No livro “A Bailarina de Auschwitz” acompanhamos a trajetória de Edith Eger antes, durante e depois da guerra. Ainda adolescente, a bailarina e ginasta foi enviada a Auschwitz, juntamente com sua família- que era judia- e sofreu todo tipo de horror físico e psicológico que só podemos imaginar; sendo encontrada viva numa pilha de corpos quando as forças aliadas chegaram à Alemanha e libertaram os sobreviventes dos anos de horror, vítimas do Holocausto. É a história inspiradora e inesquecível de uma mulher que viveu os horrores da guerra e, décadas depois, encontrou no perdão a possibilidade de ajudar outras pessoas a se libertarem dos seus traumas.

Edith era apenas uma garota, descobrindo a vida e o amor; bailarina e ginasta, ela tinha 16 anos quando o Exército alemão invadiu seu vilarejo na Hungria, enviando ela e sua família( e outros tantos  judeus) para Auschwitz, maior campo de concentração nazista. Seus pais foram enviados à câmara de gás, mas ela e a irmã sobreviveram, mesmo depois de tanto sofrimento e humilhação nas mãos dos nazistas, e após anos e anos tendo que lidar com as terríveis lembranças e a culpa, ela escolheu perdoá-los e seguir vivendo com alegria.

Já adulta e mãe de família, resolveu cursar psicologia. Hoje ela trata pacientes que também lutam contra o transtorno de estresse pós-traumático e já transformou a vida de veteranos de guerra, mulheres vítimas de violência doméstica e tantos outros que, como ela, precisaram enfrentar a dor e reconstruir a própria vida. Este é um relato emocionante de suas memórias e de casos reais de pessoas que ela ajudou. Uma lição de resiliência e superação, em que Edith nos ensina que todos nós podemos escapar à prisão da nossa própria mente e encontrar a liberdade, não importam as circunstâncias

A Segunda Guerra Mundial marcou a História da humanidade pela forma cruel como interrompeu sonhos, separou famílias, saqueou bens; deixando marcas profundas e indeléveis nas almas das pessoas, por gerações. Para os sobreviventes é impossível apagar as marcas da saudade, da raiva que sufoca a alma, da vergonha e do medo; traumas que vão carregar pela vida afora.

Poucas vezes temos a oportunidade de conhecer história de pessoas que conseguiram sobreviver a tudo isso, e olhar para trás com a consciência de que esse horror ficou no passado.

Edith é uma sobrevivente do horror que foi a 2ª Guerra Mundial, mas ela calava sua dor, tentava esconder seus traumas, queria ter uma vida normal; não queria que seus filhos fossem herdeiros de sua história terrível; mas a dor, a raiva, o medo e a vergonha estavam ali; sentimentos que afloravam independente de sua vontade de esquecer. Levou muito tempo para ela aceitar que precisava libertar-se de sua dor, de seus traumas; e a forma que ela encontrou para fazer isso é impressionante: ajudar outras pessoas a superarem seus traumas e seguirem adiante, sendo o melhor de si mesmos.  

 

Este livro é uma memória importantíssima de toda a vida dessa mulher que superou os traumas que a vida lhe impôs. Narrado por ela mesma, vamos acompanhando sua trajetória de vida; e do estresse pós traumático que perdurou por anos até usar essa dor para ajudar pessoas que também passaram por traumas em sua jornada.


 Nessas páginas existe uma história extraordinária que nos ajuda a entender a necessidade de buscarmos o nosso próprio perdão e aceitação para os acontecimentos da vida, do fato de que não podemos mudar o passado, mas podemos viver muito melhor o presente se alcançarmos algo que é tão importante: a liberdade da alma.

Um relato carregado de emoção, de uma vida que poderia ter se entregado a depressão e ao vitimismo justificado, mas optou por fazer a diferença. Uma experiência marcante e inesquecível que vale a pena conhecer e guardar em nosso coração.

SAIBA MAIS SOBRE EDITH AGER:


https://uol.com.br/noticias/bbc/2019/05/16/nao-existe-perdao-sem-colera-as-memorias-da-bailarina-de-auschwitz.htm

 

COMO ESTÁ AUSCHWITZ HOJE?


https://www.penaestrada.blog.br/como-e-visitar-auschwitz-birkenau/


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