A Voz do
Silêncio: Koe no Katachi conta a história de Shoya Ishida, um ex-bully, e Shoko
Nishimiya, uma menina com um tipo de deficiência auditiva. A história começa
quando os dois estão na sexta série e Nishimiya chega em uma nova escola. No
começo, as crianças ficam curiosas e com receio em se comunicar através de um caderno com a nova colega, mas
pouco a pouco começam a ver a diferença como uma desculpa para maltratar e
isolar a jovem. Ishida lidera as maiores crueldades junto dos colegas, mas, após a saída da menina, se vê
colocado na posição de vítima, até por aqueles que o apoiavam, a partir disso ele começa a se arrepender de verdade do que fez, e notar o que ela passou.
Enquanto cresce o rapaz se dá
conta de quão errado era o que fazia e trabalha a redenção consigo mesmo e sua mãe, ao reencontrar a garota, tenta
se redimir de suas ações passadas e reunir o antigo grupo do fundamental.
Após anos nessa situação,
Ishida se torna um adolescente totalmente isolado e fechado, questionando se alguém como ele realmente merecia uma segunda chance. A partir do reencontro dos dois, Ishida e Nishimiya vão tentar se
curar dos traumas do passado. É uma obra emocionante sobre amizade e empatia, e dá visibilidade também á pessoas com deficiências auditivas e a importância da língua de sinais na comunicação, além de retratar de forma bastante sensível a depressão na adolescência e as
consequências do bullying, para quem sofre e para quem pratica.
Em minha opinião esse filme é incrível em vários aspectos, além do filme ser bem pé no chão, por ser algo que pode vir acontecer com alguém, o arrependimento do protagonista é nítido e convincente, você consegue sentir empatia por ele mesmo o odiando no começo. Outro aspecto é a trilha sonora, que é vazia e fria, pra muitos pode ser algo ruim, mas acredito que o diretor optou assim, para nós entendermos melhor o protagonista e imergir mais no mundo dele, que era vazio e frio, sem som. Os personagens também são muitos carismáticos dando ainda mais vida para a obra.
E preparem os lenços pois sair desse filme sem chorar você não vai!
Koe no Katachi é um filme japonês animado e produzido pela Kyoto Animation, sendo dirigido por Naoko Yamada e escrito por Reiko Yoshida
Da esquerda para direita: Miyoko Sahara, Shōko Nishimiya, Yuzuru Nishimiya, Tomohiro Nagatsuka, Shōya Ishida, Naoka Ueno, Miki Kawai e Satoshi Mashiba
Bullying e redenção
Além de mostrar o lado da vítima, o
filme também mostra o de seu agressor. O jovem Ishida é o protagonista da
narrativa e acompanhamos a sua mudança de comportamento e posicionamento:
quando criança, até pela falta de visibilidade e de debate sobre
o assunto, não entendia a gravidade de suas ações, mas buscou mudar assim que
entendeu seu erro.
Não é tratado como uma tentativa de
romantizar o agressor e a agressão, mas de provar que pessoas podem se redimir e adquirirem comportamentos e atitudes adequadas após
cometerem um erro. Este, afinal, é o verdadeiro significado de crescer e
evoluir.
Mesmo
antes de se reencontrar com sua antiga vítima, Ishida já trabalha a redenção
consigo mesmo e com sua mãe, que também sofreu por suas ações passadas. Ele
carrega o peso da culpa como uma cruz, questionando-se até mesmo sobre a
validade de sua existência, mas logo se agarra a oportunidade de se redimir por
suas ações e encontrar não só o perdão, mas a felicidade. A participação de
outros personagens será importante nesse arco.
Por
mais que essa inicialmente seja uma história sobre bullying, é também sobre
empatia e sobre como todos nós podemos aprender a ouvir e entender o outro,
apesar das diferenças.
Para se comunicar com os demais, Nishimiya sempre carrega um
caderno consigo, onde escreve o que deseja falar e espera que as pessoas
escrevam de volta quando quiserem conversar com ela. O método é uma
substituição da Língua Japonesa de Sinais, ainda pouco difundida e, como
mostrado no filme, tida com muita recusa pelas demais crianças, outro aspecto
importante do filme é quanto a oralidade: por muito tempo foi usado o termo
“surdo-mudo”, mas este é incorreto, pois a deficiência auditiva não está
relacionada com a fala: a própria personagem do filme consegue falar, sendo uma
surda oralizada. Entretanto, devido ao preconceito das pessoas, por se tratar
de uma voz que soa pouco natural aos ouvintes, prefere escondê-la.
Essa,
infelizmente, é a realidade de muitos surdos, ainda vítimas de grande
preconceito e exclusão. Neste sentido, Koe no Katachi mostra
a importância da comunidade ouvinte conhecer a Língua de Sinais – no
Brasil, a nossa é a LIBRAS – para garantir a inclusão dos surdos na sociedade.
No Brasil, o filme pode ser assistido pela Netflix
Muito interessante 😍
ResponderEliminarParece ser bom 😊
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