Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Livro: A Bailarina de Auschwitz

   

Editora: Sextante

Páginas: 304

Lançamento: 2019

Gênero: autobiografia, histórico

No livro “A Bailarina de Auschwitz” acompanhamos a trajetória de Edith Eger antes, durante e depois da guerra. Ainda adolescente, a bailarina e ginasta foi enviada a Auschwitz, juntamente com sua família- que era judia- e sofreu todo tipo de horror físico e psicológico que só podemos imaginar; sendo encontrada viva numa pilha de corpos quando as forças aliadas chegaram à Alemanha e libertaram os sobreviventes dos anos de horror, vítimas do Holocausto. É a história inspiradora e inesquecível de uma mulher que viveu os horrores da guerra e, décadas depois, encontrou no perdão a possibilidade de ajudar outras pessoas a se libertarem dos seus traumas.

Edith era apenas uma garota, descobrindo a vida e o amor; bailarina e ginasta, ela tinha 16 anos quando o Exército alemão invadiu seu vilarejo na Hungria, enviando ela e sua família( e outros tantos  judeus) para Auschwitz, maior campo de concentração nazista. Seus pais foram enviados à câmara de gás, mas ela e a irmã sobreviveram, mesmo depois de tanto sofrimento e humilhação nas mãos dos nazistas, e após anos e anos tendo que lidar com as terríveis lembranças e a culpa, ela escolheu perdoá-los e seguir vivendo com alegria.

Já adulta e mãe de família, resolveu cursar psicologia. Hoje ela trata pacientes que também lutam contra o transtorno de estresse pós-traumático e já transformou a vida de veteranos de guerra, mulheres vítimas de violência doméstica e tantos outros que, como ela, precisaram enfrentar a dor e reconstruir a própria vida. Este é um relato emocionante de suas memórias e de casos reais de pessoas que ela ajudou. Uma lição de resiliência e superação, em que Edith nos ensina que todos nós podemos escapar à prisão da nossa própria mente e encontrar a liberdade, não importam as circunstâncias

A Segunda Guerra Mundial marcou a História da humanidade pela forma cruel como interrompeu sonhos, separou famílias, saqueou bens; deixando marcas profundas e indeléveis nas almas das pessoas, por gerações. Para os sobreviventes é impossível apagar as marcas da saudade, da raiva que sufoca a alma, da vergonha e do medo; traumas que vão carregar pela vida afora.

Poucas vezes temos a oportunidade de conhecer história de pessoas que conseguiram sobreviver a tudo isso, e olhar para trás com a consciência de que esse horror ficou no passado.

Edith é uma sobrevivente do horror que foi a 2ª Guerra Mundial, mas ela calava sua dor, tentava esconder seus traumas, queria ter uma vida normal; não queria que seus filhos fossem herdeiros de sua história terrível; mas a dor, a raiva, o medo e a vergonha estavam ali; sentimentos que afloravam independente de sua vontade de esquecer. Levou muito tempo para ela aceitar que precisava libertar-se de sua dor, de seus traumas; e a forma que ela encontrou para fazer isso é impressionante: ajudar outras pessoas a superarem seus traumas e seguirem adiante, sendo o melhor de si mesmos.  

 

Este livro é uma memória importantíssima de toda a vida dessa mulher que superou os traumas que a vida lhe impôs. Narrado por ela mesma, vamos acompanhando sua trajetória de vida; e do estresse pós traumático que perdurou por anos até usar essa dor para ajudar pessoas que também passaram por traumas em sua jornada.


 Nessas páginas existe uma história extraordinária que nos ajuda a entender a necessidade de buscarmos o nosso próprio perdão e aceitação para os acontecimentos da vida, do fato de que não podemos mudar o passado, mas podemos viver muito melhor o presente se alcançarmos algo que é tão importante: a liberdade da alma.

Um relato carregado de emoção, de uma vida que poderia ter se entregado a depressão e ao vitimismo justificado, mas optou por fazer a diferença. Uma experiência marcante e inesquecível que vale a pena conhecer e guardar em nosso coração.

SAIBA MAIS SOBRE EDITH AGER:


https://uol.com.br/noticias/bbc/2019/05/16/nao-existe-perdao-sem-colera-as-memorias-da-bailarina-de-auschwitz.htm

 

COMO ESTÁ AUSCHWITZ HOJE?


https://www.penaestrada.blog.br/como-e-visitar-auschwitz-birkenau/


sexta-feira, 23 de abril de 2021

Dia Mundial do Livro- 23 de Abril

 

23 de Abril — Dia Mundial do Livro é uma data escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para celebrar o livro, incentivar a leitura, homenagear autores e refletir sobre seus direitos legais. Essa data foi escolhida em tributo aos escritores Miguel de Cervantes, Inca Garcilaso de la Vega e William Shakespeare, que morreram em 23 de abril de 1616.

Nesse dia, grandes obras da literatura mundial são relembradas, discutidas e reverenciadas. É uma oportunidade para celebrar os títulos de autores consagrados, como: Safo, Miguel de Cervantes, Mary Shelley, Machado de Assis, Thomas Mann, James Joyce, Aldous Huxley, George Orwell, Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu.


O livro, fonte de conhecimento, reflexão e entretenimento, é um abrigo para leitores.

 Por que ler é mais importante agora do que nunca?!!

 

Durante o último ano, enquanto a maioria dos Países atravessou períodos de confinamento e as pessoas precisaram limitar o tempo que passam fora de casa, os livros provaram ser ferramentas poderosas para combater o isolamento social ,reforçar os laços entre as pessoas, expandir nossos horizontes, ao mesmo tempo em que estimulam nossa mente e nossa criatividade. No mês de abril e em todo o ano, é fundamental reservar um tempo para ler sozinho ou com os filhos. É um momento para celebrar a importância da leitura, fomentar o crescimento de crianças e adolescentes leitores, assim como promover o amor pela literatura ao longo da vida e a integração no mundo do trabalho.







Livro: Lições Inesperadas sobre o amor

Título: Lições Inesperadas Sobre o Amor
Autora: Lucy Dillon
Editora: Arqueiro

Jeannie sempre sonhou com uma grande paixão, e agora finalmente está vivendo um romance avassalador com Dan, um jovem veterinário. Depois de menos de um ano de namoro, ele a pede em casamento durante um fim de semana romântico em Nova York.

Os meses de noivado voam e de repente ela se vê no carro, com seu pai, a caminho do casamento. Tudo parece perfeito e mágico demais para ser verdade. Mas ela não consegue afastar do peito a sensação sufocante de que está tomando a decisão errada.

Jeannie tem uma última chance de voltar atrás. Porém, quando decide agarrá-la, um golpe terrível do destino joga tudo o que ela conhece pelos ares.

Com o futuro parecendo incerto e sombrio, Jeannie mergulha uma jornada de autodescoberta e constata que, para amar totalmente outra pessoa, primeiro precisamos aprender a ouvir nossos próprios desejos e necessidades.

 



Nesta história é emocionante acompanhar a trajetória de Jeannie, descobrindo coisas sobre si mesma, que ela nem sabia que queria. Neste livro a solidariedade tem um papel fundamental; pois quando seu mundo desaba, e se vê perdida no corredor de um hospital, ela encontra o apoio em pessoas que ela mal conhecia, pois este é o mundo de Dan, seu quase marido. A casa em que ela tem que ficar sozinha, por enquanto, é a casa em que os dois iriam morar, os vizinhos e amigos são os dele. O apoio maior vem de Owen, o melhor amigo do seu noivo, um rapaz aparentemente comum, mas nobre de alma, que ela nem conhecia antes; e de mulheres incríveis, como Rachel, a esposa do novo patrão de Daniel, que ela também não conhecia.

Enquanto passa pelos piores momentos da sua vida, de casa para a UTI de um hospital, para não enlouquecer, ela começa a ajudar Rachel em um centro de resgate de cães, que eram recolhidos vítimas de maus tratos por criadores de cães para reprodução.

E é nesse cenário tão difícil que Jennie vai descobrir o seu amor pelos cães, vai se envolver em eventos para arrecadar dinheiro para manter o centro de resgate, com isso ela vai reencontrar o seu talento pela música que já nem acreditava mais ter.

Lições inesperadas sobre o amor é um livro doce e inspirador sobre descobertas e aprendizado, sobre o amor em sua plenitude, sobre todos os tipos de AMOR.

Você deve estar se perguntando: O que será que aconteceu na hora do casamento de Jeannie? O que houve com Dan, seu noivo? Será que eles ainda vão se casar?

Você vai ter que ler para saber!!!!

                                                                                                                                                                        

Filme: Na batida do Coração

 Ano de produção: 2019

Gênero: Drama

País de origem: Alemanha


Na Batida do Coração conta a história de Katya, uma jovem bailarina, que sempre treinou para ser uma bailarina clássica e dançar em grandes companhias de balé, assim como é a tradição em sua família; por acaso ela acaba descobrindo o hip hop e se apaixonando pelo ritmo. O que movimenta a trama é a negação do pai quanto ao novo talento descoberto da filha. No meio disso ela ainda precisa lidar com seus sentimentos sobre o jovem dançarino Marlon, que passa a ensinar a ela esse novo ritmo, seguindo as batidas do coração; a sintonia entre os dois é incrível. Além da dança, eles começam a partilhar seus sonhos, medos e incerteza.

Agora Katya precisa fazer uma escolha: seguir os passos dos seus pais no balé clássico ou se dedicar a sua nova paixão na dança?


Esse filme é uma ótima opção para quem gosta de dança, de alegria, liberdade de movimentos, acompanhados de músicas empolgantes, uma pouco de drama e muita diversão. Desperta aquela sensação de como a dança pode ser leve, envolvente e nos fazer esquecer dos problemas, ainda que por um momento. Todo nós, em algum momento da vida já passamos por uma crise existencial, na qual as perguntas são inúmeras, e as respostas também: o que devo fazer? Seguir minhas intuições? Ouvir com mais atenção minha família?

Fica a dica: não se desespere em encontrar todas as respostas; porque a vida é feita mais de perguntas do que de respostas. E a felicidade está no caminho...

 



quinta-feira, 22 de abril de 2021

A História do chamado "Descobrimento do Brasil"

 

 

O dia 22 de abril é marcado em nosso país como o “dia do descobrimento do Brasil”, ou seja, o dia que os portugueses chegaram aqui, no ano de 1500, o que se deu pela expedição de Pedro Álvares Cabral. Essa expedição tinha uma missão dupla: a investigação das possibilidades de Portugal na América e a compra de especiarias na Índia.

A chegada dos portugueses ao nosso território deu início à colonização brasileira, apesar de que, nas primeiras décadas, a presença deles foi muito tímida. Por muito tempo, acreditou-se que essa chegada tinha acontecido no dia 3 de maio, mas a descoberta da carta de Pero Vaz de Caminha confirmou a real data.




Os Portugueses chegam à América

 

Depois de contornarem a costa sul do continente africano, os portugueses enviaram uma expedição para a Índia e logo organizaram uma segunda expediçãocapitaneada por Pedro Álvares Cabral (cujo título era de capitão-mor). Abaixo dele estavam outros 13 capitães, cada qual liderando uma embarcação específica.

A expedição de Cabral foi pensada com o objetivo de comercializar com a Índia, mas também para averiguar as possibilidades de Portugal na América. A expedição contou com 13 embarcações e com uma tripulação de até 1500 homens. Ela zarpou do Rio Tejo, em Lisboa, no dia 9 de março de 1500.

A expedição seguiu diretamente até Cabo Verde, chegando lá no dia 22 de março. Depois disso, seguiu viagem adentro na zona de calmaria equatorial, uma semana depois. No dia 21 de abril, os marinheiros avistaram algas marinhas, um sinal claro de que havia terra aproximando-se. Na manhã do dia 22 de abril, foram avistados pássaros, e no final desse dia, foi visto o Monte Pascoal.

Em 23 de abril de 1500, Cabral autorizou um grupo de homens a ir para a terra explorar o litoral. Lá eles tiveram contato com os nativos, e esse foi o primeiro contato feito pelos portugueses com os indígenas. Esse momento foi pacífico e contou com a troca de presentes entre os dois lados.

Os portugueses permaneceram no Brasil até 2 de maio, quando, então, as embarcações partiram para Calicute, na Índia. Antes disso, em 26 de abril, foi realizada a primeira missa em território brasileiro. A notícia do achamento da terra logo foi enviada para o rei d. Manoel I, e o principal documento desse acontecimento foi a carta escrita por Pero Vaz de Caminha.


Quadro 'Primeira Missa no Brasil' (Reprodução/tela da Victor Meirelles

SAIBA MAIS:

https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-do-descobrimento-do-brasil.htm


Curiosidades: Os Nomes do Brasil

Sabemos que nem sempre nosso país teve este nome, Brasil, e que esse já foi alvo de transformações gramaticais, como a mudança da grafia com “z” (Brazil) para a que usamos hoje, com “s”.

Com o descobrimento das terras do Atlântico Sul, pelo navegador português Pedro Alvares Cabral, em 22 de abril de 1500, o próprio navegador nomeou as terras vistas, inicialmente, como Terra de Vera Cruz, em grande parte devido à cruz da Ordem de Cristo, que as caravelas capitaneadas por Cabral ostentavam em suas velas. Mas, o relator das navegações cabralinas, Pero Vaz de Caminha, em sua famosa carta, usa a expressão Ilha de Vera Cruz, visto que os portugueses também acreditavam que a aquelas terras compunham parte de uma ilha que estava entreposta no Atlântico, separando a Europa das Índias.

Antes disso, porém, os nativos – chamados de índios pelos portugueses –, denominavam aquela terra como Pindorama, que em língua tupi significa “terra das palmeiras”. Inclusive, o poeta modernista brasileiro Oswald de Andrade, um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, em seu “Manifesto antropófago”, faz referência a essa denominação tupi com o objetivo de reabilitar a cultura indígena à identidade brasileira.

Quando, em 1501, especificamente do dia 29 de julho, o rei Dom Manuel comunicou em carta aos reis católicos a descoberta do Brasil, referiu-se, por sua vez, àquelas terras como Terra de Santa Cruz, nome que prevaleceu até os dois séculos seguintes. Entretanto, já no século XVII, o nome “Brasil” também já era usado para ser referir a tais terras, ainda que não oficialmente.

SAIBA MAIS:

https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/nomes-do-brasil.htm


quarta-feira, 21 de abril de 2021

21 de abril - Dia de Tiradentes

 



Biografia de Tiradentes

Sabe-se que “Tiradentes” era o apelido de Joaquim José da Silva Xavier, um alferes (cargo militar da época colonial) que também exerceu a profissão de dentista. Tiradentes participou ativamente de um dos principais movimentos de contestação do poder que a Coroa Portuguesa exercia sobre o Brasil Colônia: a Inconfidência Mineira. Sabemos que esse movimento articulou-se entre os anos de 1788 e 1789 e foi permeado por ideias provindas do Iluminismo, que se alastrou pela Europa na segunda metade do século XVIII.

O alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi um dos principais articuladores da Inconfidência Mineira
O alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi um dos principais articuladores da Inconfidência Mineira.

Os inconfidentes de Minas Gerais geralmente integravam, com exceção de poucos, a elite cultural e social daquela região (como era o caso do poeta Tomás Antônio Gonzaga), ou ocupavam postos militares ou exerciam profissões liberais, como era o caso do referido Tiradentes. O que dava unidade ao grupo eram ideias como a de liberdade e igualdade (ideias essas que também fomentaram a Revolução Francesa, em 1789), além do anseio pela emancipação e independência com relação à Coroa Portuguesa, à época governada pela rainha D. Maria, “a louca”.

Os planos de insurgência contra o governo local em Minas, representado pelo Visconde de Barbacena, foram articulados em 1788 e tiveram como estopim a política de cobrança de impostos sobre a produção aurífera e sobre os rendimentos que ganhava cada pessoa que compunha a população de Minas Gerais. Esse último imposto era conhecido sob o nome de “derrama”. Apesar de terem uma organização bem elaborada, os inconfidentes acabaram delatados por Silvério dos Reis, um devedor de tributos que, com a denúncia, acreditava poder sanar suas dívidas com a coroa.

Todos os inconfidentes foram presos. Tiradentes foi apanhado no Rio de Janeiro. O processo estabelecido contra eles e os subsequentes julgamentos e sentenças só terminaram em 1792, no dia 18 de abril. Os principais líderes receberam a pena do banimento, isto é, foram expulsos do país. Tiradentes, ao contrário, foi enforcado no dia 21 de abril ao som de discursos que louvavam a rainha de Portugal. Seu corpo foi esquartejado e sua cabeça exibida na praça principal da cidade de Ouro Preto. Para saber mais detalhes sobre a vida de Tiradentes, é só acessar nosso artigo: Tiradentes.



segunda-feira, 19 de abril de 2021

Falas da Terra

 Especial 'Falas da Terra' conta a história de 21 indígenas de diversas regiões do Brasil

Além dos indígenas que contaram suas histórias em frente às câmeras, havia muitos outros por trás delas.


Caciques e pajés, mas também médicos, biólogos, youtubers e artistas. No especial "Falas da Terra", que vai ao ar nesta segunda-feira (19), na Globo,

 

21 indígenas de diferentes regiões do Brasil olham para câmera e contam a própria história.

 

Ao contar a própria história, eles contam também uma outra história: a do Brasil.

No especial, indígenas defendem o dia 19 de abril como um dia de consciência e não de celebração.

A TV Globo exibe em abril o ‘Falas da Terra’, especial que pretende lançar luz à pluralidade e à luta dos indígenas pelo direito de existirem e serem ouvidos, fazendo um resgate histórico de valorização de suas culturas. As histórias, apresentadas em depoimentos em primeira pessoa, a fim de mostrar as várias maneiras de ser indígena, traduzem a riqueza cultural dos mais de 300 povos existentes no Brasil, que falam aproximadamente 200 línguas diferentes. O especial será exibido no dia 19 de abril.


Essa luta dos indígenas, de resistência e existência, passa por diversas temáticas. Entre elas, a educação. Daniel Munduruku, escritor e vencedor do prêmio Jabuti e do Prêmio de Literatura pela Unesco, há anos luta pela divulgação da cultura indígena e acredita que ela deva acontecer principalmente por meio da Educação. Daniel defende que o Dia do Índio seja um dia de consciência indígena e não uma data de celebração que reforça estereótipos, como acontece nos dias atuais.

No especial ‘Falas da Terra’, ao todo, serão 21 depoimentos em primeira pessoa com informações sobre preservação da cultura, língua e costumes dos diversos povos; proteção do meio ambiente e da vida; respeito à diversidade; histórias de resistência e ativismo; demarcação de terras; invasão de territórios demarcados; preservação das florestas; importância da literatura para ajudar na conscientização; entre muitos outros temas.

‘Falas da Terra’ tem direção artística de Antonia Prado, roteiro assinado por Malu Vergueiro, consultoria de Ailton Krenak e coautoria de Ziel Karapató, Graciela Guarani, Olinda Tupinambá e Alberto Alvarez. Rafael Dragaud assina a supervisão artística e Mariano Boni a direção de gênero. O especial vai ao ar no dia 19 de abril, logo após BBB21.

 


https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2021/04/18/especial-falas-da-terra-conta-a-historia-de-21-indigenas-de-diversas-regioes-do-brasil.ghtml

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Livro: Eu e esse Meu Coração

Autora: C. C. Hunter

Editora: Grupo editorial pensamento (editora Jangada)

Ano de publicação: 2018


Eu e Esse Meu Coração conta a história de Leah Mackenzie, uma garota de 17 anos que não tem um coração de verdade. Portanto, o que a mantém viva é um coração artificial que funciona por baterias – e Leah o carrega numa mochila. Além disso, a garota também tem um tipo sanguíneo raro, então suas expectativas de um transplante de órgão são mínimas. Por isso, ela se conformou e decidiu viver seus dias contados da melhor maneira possível, seguindo sua “lista de coisas a fazer antes de morrer”. Mas então tudo muda, ela tem uma segunda chance de viver: aparece um doador compatível. Leah é transplantada!!!

Só tem um problema, Leah descobre que o coração que agora bate dentro dela é de um garoto de sua escola,Eric, que supostamente se matou, irmão gêmeo do garoto que ela gosta desde o Ensino Fundamental. O irmão, Matt, se recusa a acreditar que Eric tenha cometido suícidio e entra numa luta para provar que algo estranho aconteceu, ele pode sentir.

Quando Leah o procura, eles descobrem que ambos têm sonhos estranhos com Eric, sonhos que eles acreditam que podem conter pistas do que realmente pode ter acontecido. Logo, a busca pela verdade se torna uma missão para os dois jovens, que começam a investigar por conta própria, contrariando suas famílias e desafiando a polícia.

Enquanto tentam desvendar a verdade que só eles dois acreditam, Leah e Matt  sentem que há uma conexão muito forte entre os dois, e a paixão nasce e cresce entre eles, que sentem muito medo, pois não querem correr o risco de perder um ao outro.

Mas nem a vida, nem um coração transplantado vêm com garantias. Quem diria que viver exige mais coragem do que morrer?

 

Este livro é incrível envolvente, com um toque de mistério, que narra uma história de amor pura e intensa, que nasce, cresce e transborda em meio a um turbilhão de acontecimentos estranhos e perigosos.

 Também fala de recomeços, de perdas irreparáveis, de amadurecimento precoce, de saúde, amizades e corações que amam apesar de tudo. É um livro que fala sobre sentir. Sentir além daquilo que se pode compreender.

 Fala também do amor sem medidas dos pais pelos filhos. Confesso que o amor da mãe de Leah pela filha, incondicional e tão cheio de cuidados, e de medos de perder a filha única, me deixou com um nó na garganta durante toda a leitura. Ah...também aborda o constrangimento entre mãe e filha, quando o assunto é sexo; e do laço forte de confiança que deve ter entre elas.

A autora escreve de forma leve sobre assuntos tão sérios, narrado na 1ª pessoa por Leah e na 3ª pessoa por Matt, e dá muito certo!!!! Gostei muito da forma com que ela desenvolveu o mistério e também abordou toda a questão do transplante de Leah, que ela vai ter que ter cuidados rotineiros e diários, vai tomar imunossupressores a vida toda, e da ligação dela com o dono do coração que recebeu.
No final do livro a autora conta que se inspirou em uma história real, com o seu marido, que foi transplantado, para escrever este livro e eu acho muito bacana quando existe este tipo de ligação.
Sem falar no lindo incentivo a doação de órgãos, é muito importante termos livros abordando esta temática e mostrando a sua importância.


Trechos preferidos do livro:

“Então, por favor, prove que a minha médica está certa. Prove que se preocupar é uma condição humana. Inscreva-se para ser doador, de modo que outros lá fora possam experimentar a arte de fazer o amanhã. E, enquanto você estiver vivo, seja criativo com sua própria vida. Você só tem uma. Faça com que ela seja importante. Viva, não como se você fosse morrer amanhã, mas como se o amanhã fosse uma promessa.”

"Ler é como dar férias para a mente. Bem, se o livro for bom, é claro." (pág. 201)

Se não tivermos cuidado, o ontem pode roubar nosso hoje e nossos amanhãs.(ppag 418)

"Aprender a viver. Aprender a contar com o amanhã e com o próximo ano. Sabendo que nós dois ainda estamos vivos e tentando descobrir o que fazer." (pág. 325)

 

 


Anime: A Voz do Silêncio

 

A Voz do Silêncio: Koe no Katachi conta a história de Shoya Ishida, um ex-bully, e Shoko Nishimiya, uma menina com um tipo de deficiência auditiva. A história começa quando os dois estão na sexta série e Nishimiya chega em uma nova escola. No começo, as crianças ficam curiosas e com receio em se comunicar através de um caderno com a nova colega, mas pouco a pouco começam a ver a diferença como uma desculpa para maltratar e isolar a jovem. Ishida lidera as maiores crueldades junto dos colegas, mas, após a saída da menina, se vê colocado na posição de vítima, até por aqueles que o apoiavam, a partir disso ele começa a se arrepender de verdade do que fez, e notar o que ela passou.

Enquanto cresce o rapaz se dá conta de quão errado era o que fazia e trabalha a redenção consigo mesmo e sua mãe, ao reencontrar a garota, tenta se redimir de suas ações passadas e reunir o antigo grupo do fundamental.

Após anos nessa situação, Ishida se torna um adolescente totalmente isolado e fechado, questionando se alguém como ele realmente merecia uma segunda chance. A partir do reencontro dos dois, Ishida e Nishimiya vão tentar se curar dos traumas do passado. É uma obra emocionante sobre amizade e empatia, e dá visibilidade também á pessoas com deficiências auditivas e a importância da língua de sinais na comunicação, além de retratar de forma bastante sensível a depressão na adolescência e as consequências do bullying, para quem sofre e para quem pratica.

Em minha opinião esse filme é incrível em vários aspectos, além do filme ser bem pé no chão, por ser algo que pode vir acontecer com alguém, o arrependimento do protagonista é nítido e convincente, você consegue sentir empatia por ele mesmo o odiando no começo. Outro aspecto é a trilha sonora, que é vazia e fria, pra muitos pode ser algo ruim, mas acredito que o diretor optou assim, para nós entendermos melhor o protagonista e imergir mais no mundo dele, que era vazio e frio, sem som. Os personagens também são muitos carismáticos dando ainda mais vida para a obra.

 E preparem os lenços pois sair desse filme sem chorar você não vai!


Koe no Katachi é um filme japonês animado e produzido pela Kyoto Animation, sendo dirigido por Naoko Yamada e escrito por Reiko Yoshida

 
Da esquerda para direita: Miyoko Sahara, Shōko Nishimiya, Yuzuru Nishimiya, Tomohiro Nagatsuka, Shōya Ishida, Naoka Ueno, Miki Kawai e Satoshi Mashiba

Bullying e redenção

Além de mostrar o lado da vítima, o filme também mostra o de seu agressor. O jovem Ishida é o protagonista da narrativa e acompanhamos a sua mudança de comportamento e posicionamento: quando criança, até pela falta de visibilidade e de debate sobre o assunto, não entendia a gravidade de suas ações, mas buscou mudar assim que entendeu seu erro.

Não é tratado como uma tentativa de romantizar o agressor e a agressão, mas de provar que pessoas podem se redimir e adquirirem comportamentos e atitudes adequadas após cometerem um erro. Este, afinal, é o verdadeiro significado de crescer e evoluir.

Mesmo antes de se reencontrar com sua antiga vítima, Ishida já trabalha a redenção consigo mesmo e com sua mãe, que também sofreu por suas ações passadas. Ele carrega o peso da culpa como uma cruz, questionando-se até mesmo sobre a validade de sua existência, mas logo se agarra a oportunidade de se redimir por suas ações e encontrar não só o perdão, mas a felicidade. A participação de outros personagens será importante nesse arco.

Por mais que essa inicialmente seja uma história sobre bullying, é também sobre empatia e sobre como todos nós podemos aprender a ouvir e entender o outro, apesar das diferenças.

 

Para se comunicar com os demais, Nishimiya sempre carrega um caderno consigo, onde escreve o que deseja falar e espera que as pessoas escrevam de volta quando quiserem conversar com ela. O método é uma substituição da Língua Japonesa de Sinais, ainda pouco difundida e, como mostrado no filme, tida com muita recusa pelas demais crianças, outro aspecto importante do filme é quanto a oralidade: por muito tempo foi usado o termo “surdo-mudo”, mas este é incorreto, pois a deficiência auditiva não está relacionada com a fala: a própria personagem do filme consegue falar, sendo uma surda oralizada. Entretanto, devido ao preconceito das pessoas, por se tratar de uma voz que soa pouco natural aos ouvintes, prefere escondê-la.

Essa, infelizmente, é a realidade de muitos surdos, ainda vítimas de grande preconceito e exclusão. Neste sentido, Koe no Katachi mostra a importância da comunidade ouvinte conhecer a  Língua de Sinais – no Brasil, a nossa é a LIBRAS – para garantir a inclusão dos surdos na sociedade.

No Brasil, o filme pode ser assistido pela Netflix