Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Dom Casmurro

 Autor: Machado de Assis

Gênero: romance


O romance inicia-se numa situação posterior a todos os seus acontecimentos. Bento Santiago, já um homem de idade, conta ao leitor como recebeu a alcunha de “Dom Casmurro”.

O narrador inicia então o propósito de rememorar sua existência, o que ele chama de “atar as duas pontas da vida”. O leitor é apresentado à infância de Bentinho, quando ele vivia com a família em um casarão da rua Matacavalos.

 Moço rico, vivia sob a proteção da mãe, a viúva D. Glória, que ainda mantém sob sua dependência um grupo de parentes: o irmão Cosme, a prima Justina e o agregado José Dias. É nessa casa de velhos viúvos que Bento cresce. Depois da perda do primeiro filho, D. Glória jurou que o segundo seria padre. Tendo enviuvado quando o filho era ainda criança, o juramento se transformou em angústia e prenúncio de separação do filho único. A amizade e o encantamento por Capitu reforça no menino a falta de vocação, mas ele acaba por obedecer ao desejo materno e entra para o seminário.

No seminário, Bento e Escobar se tornam melhores amigos. Juntos, os jovens conseguem convencer a mãe a retirá-lo do seminário, seu amigo sai junto. Com isso, Bento se forma em Direito e se casa com Capitu, enquanto a melhor amiga desta, Sancha, acaba por se tornar esposa de Escobar; juntos, os dois casais se tornam cada vez mais próximos. A felicidade de Bento se completa com o nascimento de Ezequiel, seu filho, que vem fazer companhia a Capituzinha, filha do casal amigo. 

No entanto, uma fatalidade muda o rumo do grupo de amigos: Escobar morre afogado. Durante o velório, Bento percebe no comportamento da esposa marcas de um adultério que ele, até ali, não tinha suspeitado.

A partir desse momento, outros indícios se juntam ao primeiro. O maior deles é a grande semelhança que Bento vê entre seu filho e o amigo morto. Obtida essa prova viva da traição, separa-se e envia Capitu e Ezequiel para a Europa.

Capitu morre na Europa, Bentinho vê então se concretizar seu pior pesadelo: ter que conviver, de novo, mesmo que temporariamente, com o suposto filho.

O narrador personagem, a princípio, parecia ter muito a contar, porém, fica evidente que seu interesse pela própria biografia tem um foco bastante dirigido: o relacionamento com a jovem Capitu, a vizinha que viria a ser o grande amor de sua vida. Personagem fascinante, Capitu possui um extraordinário poder de sedução, manifesto em seus “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”, capazes de atrair como a ressaca do mar.

 

O autor dialoga o tempo todo com o leitor, mas deixa plantada a semente da dúvida. Afinal, Capitu traiu mesmo Bentinho, ou tudo foi obra da sua mente obcecada pelo ciúme?

Recomendo a você, que está lendo a resenha, que leia o livro. Assim como fez nosso grande autor, minha opinião...deixarei por conta da imaginação do leitor.



Principais personagens do livro Dom Casmurro

Em Dom Casmurro, as personagens são apresentadas a partir das descrições de seus dotes físicos. Temos, portanto, a descrição, funcional, bastante comum no Realismo.

·         Bentinho (Bento Santiago): Ele é o próprio Dom Casmurro, o narrador que também é o personagem principal. Já velho ele escreve sua história.

·         Capitu: O grande amor de Bentinho, com quem ele se casou e teve um filho. Sua origem era pobre, enquanto Bento era da elite Carioca.

·         Escobar: Melhor amigo de Bentinho, desde o tempo nos estudos no seminário. Sobre ele também paira a suspeita de traição.

·         Dona Sancha: Esposa de Escobar, ex-colega de classe de Capitu

·         Dona Glória: Mãe do Bentinho, mulher muito religiosa que ama muito o filho. Ela queria que ele se tornasse padre e para isso até fez promessa.

·         José Dias: Amigo da família de Bentinho, que vive dos favores de Dona Glória. Fingia ser médico.

·         Tio Cosme: Advogado viúvo, irmão de Dona Glória, ou seja, o tio de Bentinho.

·         Prima Justina: Mulher sem papas na língua, prima de Dona Glória.

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·         Senhor Pádua e Dona Fortuna: São os pais de Capitu, que percebiam que o casamento da filha poderia ajudá-los a mudar de vida.

·         Ezequiel: Filho de Capitu e de …? Essa é a dúvida. Quem é o pai do menino? Bentinho ou Escobar?

 

Análise e interpretação da obra

Após ler o livro, você certamente já percebeu que o tema da traição recebe destaque. Porém, vale ressaltar que Machado de Assis não deixa pistas concretas para se ter certeza da traição de Capitu.

O que se lê é que Bentinho acredita nisso, mas o leitor bem pode entender que ele estava errado em seu juízo por vários motivos.

O livro permite um estudo de caso de direito, pois temos Dom Casmurro, formado em direito, sendo acusador e juiz de Capitu. Ele é também a única testemunha e você tem somente acesso à versão da história que ele conta, ou seja, somente por meio de seu ponto de vista super ciumento.

Bentinho julga Capitu, mas Machado de Assis coloca Bentinho para ser julgado pelo leitor.

Como é típico em suas obras, verifica-se a presença tradicional da ironia e do sarcasmo. Bento Santiago também é da classe proprietária, como Brás Cubas, e igualmente escreve suas memórias, depois de decidir que mesmo podendo falar de outros assuntos, não o faria.

 Estrutura da obra

O  romance Dom Casmurro é dividido em 148 capítulos de diversas dimensões, predominando os curtos.

 Ação – O enredo da obra não é dinâmico, já que predomina o elemento psicológico. A narrativa é digressiva, ou seja, interrompida todo o tempo por fugas da linearidade para acrescentar pensamentos ou lembranças fragmentadas do narrador.

 Foco narrativo – O romance é narrado em primeira pessoa, por Bento Santiago, que escreve a história de sua vida. Dessa forma o romance funciona como uma pseudo-biografia de um homem já envelhecido que parece preencher sua solidão atual com a recordação de uma passado que nunca se distancia verdadeiramente, porque foi marcado pelo seu sofrimento pessoal.

 Tempo- O tempo da narrativa é psicológico, e não cronológico. Esse recurso é chamado impressionismo, porque o narrador se detém nas experiências que marcaram sua subjetividade. A falibilidade da memória surge como fator de complexidade, uma vez que uma lembrança só pode ser acessada de um momento presente.

 Os acontecimentos, então, passam pelo filtro da subjetividade presente. É por isso que a descrição que o narrador faz de Capitu, como uma pessoa volúvel e sensual, deve ser posta em dúvida pelo leitor. O sentimento de ciúme exacerbado de Bento pode ter desvirtuado a figura da personagem.

 Espaço – Toda a ação narrativa passa-se no Rio de Janeiro. O narrador faz-nos acompanhar sua trajetória pelos bairros e ruas do Rio, desde o Engenho Novo, onde escreve sua obra, até a Rua de Matacavalos, onde passou sua infância e conheceu Capitu. É interessante lembrar, que as duas casas amarram-se novamente num círculo perfeito, já que a do Engenho Novo foi construída à semelhança da casa de Matacavalos. A tentativa do narrador de atar as duas pontas da vida parece funcionar não apenas na ligação entre o presente e o passado, mas também na própria estrutura da obra, como vimos na introdução dessa parte.

·        Saiba mais

·         Machado de Assis: vida, obra e características

·         O movimento realista

 Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/dom_casmurro/

 ttps://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/dom-casmurro-2-analise-de-obra-de-machado-de-assis.htm?cmpid=copiaecola

https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/dom-casmurro-analise-da-obra-de-machado-de-assis/


5 comentários:

  1. Thainara Pereira 3 ano A
    Obs: Comentei pelo perfil de Kayke pq n consegui me cadastrar.

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  2. Essa história nunca sai do catálogo dos mais lidos, e muito interessante a forma que o amor em poucos minutos vira ciúme excessivo, amei a história e recomendo muito!
    Maria Luísa Tavares Vieira

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